quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O preço de um serviço de contabilidade.

Esse é um assunto recorrente e polêmico nas rodas de empresários e dos profissionais da contabilidade. Tão polêmico e cheio de divergências quanto política, religião e futebol.

Assim como em todo negócio, o dos serviços contábeis vivencia uma multiplicidade de situações relacionadas ao preço que se cobra dos clientes. Entre muitos profissionais vigora a idéia cobrar de acordo com as tabelas de orientação de honorários dos sindicatos. Entre outros, cobra-se valores tomando-se como referência o salário mínimo. E entre muitos outros cobra-se em função da concorrência, ou seja, “se meu concorrente vai te cobrar 120,00 faço para você, pra fecharmos o negócio, ‘noventão’...”

Discute-se muito, também, a qualidade dos serviços prestados. E fica óbvio que por ‘noventão’ não se tem condições de prestar um serviço minimamente adequado para o cliente, de forma a atendê-lo plenamente em todos os aspectos em que pode ser atendido pela contabilidade. Talvez, pelos ‘noventão’, somente o ‘basicão’, e olhe lá.

Mas pouco se discute, com relação ao assunto, a qualidade do cliente. Que tipo de cliente é esse que escolhe um contador com base no preço mais baixo? Que cliente é esse que entende a contabilidade como “um mal necessário”? Que cliente é esse que considera a contabilidade como um custo que não traz benefício algum?

Pois é. É esse o cliente que está aí e que os profissionais da contabilidade encontram e tem que lidar.

Vou fazer aqui um exercício de imaginação, utilizando como metáfora um tratamento de saúde. Será que alguém que, tendo recursos suficientes – mas não de sobra – e que necessite de um tratamento de fisioterapia para recuperar plenamente os movimentos das pernas, escolheria o fisioterapeuta pelo honorário mais baixo dentre os disponíveis no “mercado”? Eu escolheria aquele que me inspirasse confiança e que tivesse boa reputação e recomendação.

Não estou afirmando aqui que os fisioteraputas que cobram baixos preços não tenham capacidade ou qualidade (assim como os contadores), mas estou dizendo que a escolha de um profissional da saúde segue parâmetros como os de confiança, reputação, reconhecimento profissional, dentre muitos outros que poderiam ser citados aqui. E será que não deveria ser assim também com o profissional da contabilidade? Eu entendo que sim.

Bom, esse é um assunto que divide opiniões e temos que considerar também algumas posturas inadequadas e nada éticas de poucos profissionais que, infelizmente, maculam e são evidenciadas com maior ênfase do que as posturas éticas e corretas da maior parte dos profissionais da contabilidade.

Por: Marcelo Marchine Ferreira

A questão é: Não precisamos prestar um serviço digno e honesto e precisamos ser bem remunerados por isso.

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